Bom dia!
Começa agora mais uma edição do Design em Pauta. Um convite para observar o mundo com calma, encontrar beleza nos detalhes e se lembrar que viver bem é também um ato de escolha.
Boa leitura e uma excelente semana!!
Movimento Relevante
A beleza do imperfeito

Nos últimos tempos, tenho olhado com certo encantamento para o movimento wabi-sabi no design de interiores. Essa filosofia japonesa propõe valorizar a beleza do que é imperfeito, simples.
Em um mercado que por tanto tempo se guiou pela estética do excesso, do acabamento impecável e da simetria absoluta, o wabi-sabi surge como um contraponto necessário.
O interessante é que ele não propõe abandonar a sofisticação, mas redefinir o que consideramos belo. Em vez do novo e brilhante, ele convida ao uso de materiais naturais que mostram suas marcas com orgulho: um móvel de herança, uma cerâmica feita à mão, uma parede com textura irregular. Tudo isso comunica vida, tempo, uso, memória.
E isso, para mim, tem muito mais significado do que qualquer superfície intocável.
Na prática, esse olhar se traduz em ambientes mais silenciosos visualmente, com tons neutros, formas orgânicas e uma relação mais respeitosa com os materiais. São espaços que acolhem, que acalmam, que nos lembram que viver bem não está na perfeição, mas na leveza do essencial.
Para casas de férias, isso faz ainda mais sentido. Estamos falando de lugares feitos para desacelerar, reconectar e viver com presença. E nada melhor do que um projeto que respire essa filosofia.
Acredito que o design tem sim o poder de transformar a forma como vivemos, mas só quando parte de um propósito verdadeiro. O wabi-sabi me inspira exatamente por isso: não é uma tendência estética, é uma mudança de mentalidade. Ele ensina que um bom projeto não precisa ser perfeito, precisa contar a sua história, refletir quem você é. E que as marcas do tempo, do uso, da vida… são parte do que torna um espaço realmente especial.
Artista Destaque
Davide Groppi

Davide Groppi é um designer italiano nascido em 1963, fundador da marca que leva seu nome. Desde os anos 1990, ele desenvolve projetos de iluminação com uma abordagem autoral, que une tecnologia, emoção, leveza e poesia. Seu estúdio começou de forma quase artesanal em Piacenza, no norte da Itália, e cresceu com propósito: a luz deve dialogar com o espaço e com as pessoas.
Tive o prazer de conhecer seu trabalho durante a semana de design em Milão, e me apaixonei! O que mais me encantou no trabalho dele foi a maneira como ele desenvolve peças com uma estética mínima, quase invisível, em que a luz é a verdadeira protagonista, não o objeto em si. Me lembro de ficar olhando as peças por um tempo tentando enteder de onde a luz estava vindo, simplesmente incrível.

Existe uma inteligência e uma sensibilidade imensa por trás disso. Suas luminárias exploram de forma muito sofisticada a ausência e a presença: são quase imperceptíveis quando desligadas, mas, ao serem acesas, transformam completamente o ambiente. É como se ativassem uma nova camada de experiência no espaço. E talvez o que mais me conecte com sua obra seja o fato de que cada criação tem um conceito forte por trás, muitas vezes poético, mas sempre preciso. Nada é gratuito. Tudo tem intenção. E é essa intenção que faz a diferença em projetos que buscam não só beleza, mas significado.
Embora iluminação não seja a minha especialidade, entendo o quanto ela transforma a forma de viver um ambiente. Para mim, é um dos elementos mais importantes quando falamos de conforto ambiental e da experiência que queremos proporcionar em uma casa.
Uma luminária não serve apenas para iluminar, ela nos faz sentir.
Hoje, suas luminárias estão presentes em residências, restaurantes premiados com estrelas Michelin, galerias de arte, hotéis-boutique e espaços assinados por grandes nomes da arquitetura contemporânea.
Aprofunde: https://www.davidegroppi.com/en
Legal Saber!

Já imaginou uma Casa flutuante anti-terremoto e à prova de inundações?
Uma empresa japonesa chamada Ichijo Komuten criou algo que pode revolucionar a forma como construímos casas em locais com risco de enchentes e terremotos: uma casa flutuante, à prova de inundações e resistente a tremores de terra.
Essa inovação nasceu de uma necessidade real: o Japão é um dos países mais afetados por desastres naturais, como terremotos e tsunamis. Pensando nisso, a empresa projetou uma casa que, ao invés de ser danificada pelas águas, simplesmente boia.
A casa é construída sobre uma base que permite que ela se eleve até 5 metros quando o nível da água sobe. Tudo isso sem sair do lugar, graças a cabos de aço presos ao solo. Quando a água baixa, a casa retorna suavemente ao seu ponto original. O sistema inclui também válvulas de retenção para impedir o retorno da água pelos canos, além de colocar a parte elétrica em níveis elevados, longe de possíveis alagamentos.
Além de proteger contra enchentes, a construção também foi feita com tecnologia anti-sísmica, o que significa que ela consegue suportar abalos sem desmoronar. Isso é possível graças a técnicas de engenharia avançadas que absorvem os movimentos do solo.
O mais impressionante? A tecnologia não é apenas para casas futuristas ou milionárias. Segundo a empresa, o sistema de flutuação pode ser instalado em casas novas por cerca de 770 mil ienes, o que equivale a aproximadamente R$ 27 mil reais, tornando-se uma solução relativamente acessível em áreas de risco. (Só podia ser Japão, né? rsrsrs)
Com o aumento dos desastres naturais em várias partes do mundo, inclusive aqui no Brasil, essa tecnologia pode representar uma mudança importante no modo como pensamos a segurança e o conforto das moradias. Casas de praia, em beiras de rios ou regiões sujeitas a alagamentos podem se beneficiar muito dessa solução.
Reflexão da Semana
A vida corre, e às vezes, a gente corre junto, sem se perguntar para onde. Mas e se hoje você decidisse não apenas correr, mas escolher a direção?
Priscila Poli

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